segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Que os casais salvem a magia do cinema


Durante toda a minha vida sempre considerei ir ao cinema como algo extremamente romântico, talvez por influência da própria indústria cinematográfica.

Aquela cena clássica do casal em seu primeiro encontro, dentro da sala de cinema. O nervosismo, o suor das mãos, as conversas de falas curtas antes da luz se apagar. O filme pode ser ruim, a sala pode estar cheia, mas nada estraga aquele momento.

Ontem me senti transportado para essa atmosfera seiscentista, mesmo tendo ido assistir 'Zohan-O Agente bom de corte e ruim de roteiro'.

Que me desculpem os fãs de Adam Sandler, mas ele deixou de ser engraçado a um certo tempo. Filmes como 'Click' e 'Como se fosse a primeira vez', que chamaram até mesmo a minha atenção, têm roteiros minimamente interessantes e edições inteligentes. Não vão mudar a minha vida, mas servem de distração.

O problema com o filme Zohan é justamente esse: a falta de um roteiro consistente. O filme nada mais é do que uma sucessão de cenas de ação e comédia sem um 'de onde veio' e muito menos um 'pra onde vai'. A sensação é de que o filme tem como único propósito a diversão e a satisfação imediata.

De qualquer forma, o clima romântico-retrô não se perdeu, como se aqueles olhos e aquele doce beijo me transportassem a cada segundo para fora da história do filme e para dentro de uma história completamente diferente e nova. Fui pessoa, e agora sou personagem.

Toda essa atmosfera transformou a ida ao cinema subjetiva. Subjetivamente ideal.

Que todas as idas ao cinema sejam subjetivas, para que a magia do cinema não se acabe por conta dos filmes ruins e para que a esperança de coisas boas e novas não se acabe por aqui.