domingo, 30 de março de 2008

Jumper


Ir ao cinema hoje em dia é cada vez mais arriscado. Não, não falo da violência das ruas do Rio de Janeiro (pelo menos não nesse post), falo da quantidade de filmes ruins que estão circulando por aí.

Na sexta fui ao cinema assitir o filme Jumper. Não sabia muita coisa a respeito, tinha visto apenas o trailer, que me pareceu "interessante". Bem... o filme é interessante, para quem gosta de filmes no estilo "sessão da tarde".

Eu também gosto, mas para ver em casa, não para ver numa telona de cinema. Que fimes assim nem passem pelo cinema, mas que caiam direto na sessão "aventura" da locadora.

O início do filme é até interessante: descoberta do poder, o que fazer com ele. Mas, já vimos essa história antes, né? Se ao menos as atuações fossem boas, mas nem isso.

Algumas cenas são engraçadas, algumas músicas bem "colocadas", efeitos bacaninhas, mas isso tudo para disfarçar um roteiro pouco criativo, com referências de outros vários filmes que falam sobre mutações e que pouco vão interferir na nossa vida.

Pelo menos o retrato do "herói" é atual: com milhões de defeitos (incluindo roubar bancos e carros) e não morando num rancho, com uma casa perfeita, pais perfeitos e um cão.

Fica a vontade de ouvir algumas faixas da trilha sonora, de ver aos filmes dos trailers e de ler o livro. E também de esperar o filme passar na tv. Quem sabe vendo em casa eu goste mais.
[ Michel Costa ]

segunda-feira, 17 de março de 2008

Jude

Ontem eu estava vendo um antiga entrevista de um programa de tv e uma das perguntas me chamou a atenção. A apresentadora perguntou ao entrevistado o porque de ele gostar de rock "pesado". Ele respondeu dizendo que a vida era intensa, forte, às vezes violenta, e por isso o rock tinha que ser assim, pois somente dessa forma a música chegaria nas pessoas.


Essa semana eu tenho que discordar disso. O cantor que ocupou o topo da minha lista do Last Fm está longe do que consideram rock "pesado", mas conseguiu sim me emocionar. O cantor Jude poucas pessoas conhecem, mas quando eu escutei o cd "Sarah", eu parecia estar o ouvindo o melhor de muitos cantores e bandas que já conhecia. De uma forma original, é claro.



Com uma voz suave, mas marcante, ele me fez lembrar cantores como Jeff Buckley; e com melodias simples, grande parte com ar experimental, me fez lembrar algumas músicas do Belle and Sebastian e do Ryan Adams. Impossível eu não gostar.


Os cds do Jude me emocionaram justamente por essas características, que tornam a sua música muitas vezes triste, mas sempre com um toque esperançoso, seja na interpretação dele ou nas melodias.



A música sempre vai ter múltiplas facetas, atingindo diferentes públicos. No clima "frio" e de chuva da semana passada o melhor que eu ouvi foi Jude, que me presenteou com um pouco de sua esperança de que dias melhores virão, ou pelo menos dias sem chuva.




[ Michel Costa ]





quinta-feira, 6 de março de 2008

O Caçador de Pipas



um certo tempo começou um falatório sobre o livro O Caçador de Pipas. Na época eu não dei muita bola, mas o falatório começou a ficar intenso. Depois de um tempo o livro estava na lista dos mais vendidos, o que me deixou com um pé atrás. Nada contra livros que são sucesso de vendas, mas geralmente eles não me agradam, ou perdem o "encanto" por todo mundo já ter lido. Coisa de pseudo-cult-revoltado, eu sei. Mas não consigo evitar. A mudança foi quando lançaram o filme. Até então eu não tinha lido nenhuma resenha do livro, mas acabei lendo uma resenha do filme, que me interessou. É claro que não ia cometer o erro de ver o filme primeiro, então fui em busca do livro.



Toda essa introdução para dizer que comecei a ler o livro por acaso, por mera curiosidade (e não é sempre assim!?), mas que depois de um tempo me senti aprisionado, no melhor dos sentidos, àquela narrativa.



O "engraçado" de estar escrevendo sobre O Caçador de Pipas é não saber que palavras usar pra definir um livro que eu tanto gostei. Engraçado porque ele tem umas passagens incríveis.



Eu sempre gostei de ficções fantasiosas da literatura, porque me permitia conhecer um mundo completamente diferente do meu. Mas o que eu mais gostava nesses livros, e em todos os outros, eram os sentimentos, as emoções, os dramas, medos, aflições. Eu gostava de "fazer parte" daquele mundo completamente diferente do meu, mas o que eu mais gostava era o que ele tinha de igual ao meu mundo, os sentimentos. O Caçador de Pipas retrata uma realidade completamente diferente da minha, uma vida inteira, ou grande parte, distante da minha realidade. Mas a base disso tudo, a base dessa vida é a mesma.



Em cada página parecia haver uma nova dúvida, um novo questionamento, e uma nova descoberta, como a nossa vida sempre é. A forma como o personagem analisa a sua vida é uma forma sincera e sem pretenções. Em grande parte ele se encontra em sua infância, o que garante um incrível frescor, como se ele realmente estivesse ali, empinando aquela pipa e a gente pudesse ouvir seus pensamentos.



Eu não gosto de ver os filmes baseados em um livro antes justamente por isso; porque a imaginação não fica por nossa conta. A forma como imaginamos os personagens e ambientes é única. Lendo o Caçador de Pipas eu tive momentos de total interação com a história, como se aqueles fatos tão alheios a minha vida tivessem influência direta.



Agora o que me falta é ver o filme. Tudo bem que não vai ser a mesma coisa. Mas aquele sopro de paz e aquele sentimento de esperança ao terminar de ler o livro não vai mudar.




[ Michel Costa ]

segunda-feira, 3 de março de 2008

Juno




O meu primeiro contato com o filme Juno foi através de uma matéria numa famosa revista brasileira. Na verdade não era uma matéria, estava mais para uma nota de rodapé do que qualquer outra coisa. A "notinha" falava pouco a respeito do filme, mas tecia grandes elogios à trilha sonora do mesmo. Quando li que Cat Power fazia parte da trilha sonora, me antecipei em procurar ouvir as músicas do filme. Uma boa trilha, eu pensei quando ouvi. Mas sem ver o filme não era a mesma coisa.


Na última semana eu assisti ao filme. Talvez eu estivesse cheio de espectativas com relação a ele pelas atrizes presentes (Ellen Page, Jennifer Garner), ou pela trilha que já encabeçava minhas listas de execução no Last Fm, ou até mesmo pela temática jovial que o filme parecia ter; mas algo me faltou no filme.




Sabe quando a gente tem aquela sensação de que já viu essa história em algum lugar? Tudo bem que ganhou Oscar de melhor roteiro. O filme tem momentos lindos, personagens interessantes, falas inteligentes e engraçadas. Mas ainda assim não era o que eu esperava. Eu provavelmente não devo mais ouvir a trilha de um filme antes de assisti-lo, ou então deve assitir a menos filmes dramáticos, porque eu acho que era isso que eu esperava.
Como eu disse o filme tem momentos lindos, como a abertura, muito bem feita por sinal. Sentado ali, vendo a animação daquele início de filme eu tinha a certeza de que seria o filme que eu estava esperando.


De certa forma foi o filme que eu esperava, mas não com a intensidade que eu estava no momento de repente.


O filme se define bem em uma palavra: Juventude. Sim, o filme continua sendo sobre uma menina que engravida com 16 anos. Mas não digo que é um filme jovial por isso. É um filme jovial pelos seus elementos. As cores do filme, os diálogos, a estética pop da abertura e "capítulos", a trilha.


Assim como a juventude deveria ser, o filme Juno é despreocupado. Despreocupado em ser uma super produção. Despreocupado em parecer inteligente. Despreocupado de causar um grande impacto.


Talvez esse subtexto tenha sido a preocupação: fazer um filme com um tema sério se tornar leve. Que o tema fique esquecido, mas que o "ar" jovial não fique.









Obs.: Tudo bem que eu não sou nenhum especialista em cinema para criticar o filme alheio, mas não posso deixar passar minha opinião.

[ Michel Costa ]