terça-feira, 18 de novembro de 2008

[ Locadora ] Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull


Steven Spielberg mais uma vez assina a direção de um filme da série Indiana Jones. Cada mínimo detalhe de cada cena parece ter sido pensado; a posição de cada elemento na tela parece perfeitamente harmônica. A mágica do cinema realmente acontece nas mãos de Spielberg. Mas será que essa é a mágica?

O nonagésimo quinto filme da série não trás muitas novidades. É o mesmo Jones de sempre, enfrentando os mesmos inimigos de sempre (ok, dessa vez os inimigos são russos), da mesma forma milagrosa como faz desde seu primeiro filme.

O roteiro, como sempre fraco e pouco relevante, se apóia na direção de Spielberg, nos famosos que estão presentes no filme (entre eles Cate Blanchett, John Hurt e o jovem Shia LeBouf) e, logicamente, nas cenas de ação, que não são das melhores, diga-se de passagem.

Seqüências de filmes geralmente não são bem sucedidas com a crítica, seja pela dificuldade em se manter um roteiro interessante (geralmente é só uma continuação da mesma história só que em outro lugar), ou pela dificuldade de atualização dos personagens, assuntos e diálogos.

Essa é a impressão com Indiana Jones, de que parece a mesma coisa dos filmes anteriores e de que é a mesma coisa dos filmes anteriores.

Por algum motivo, para alguns críticos ainda estamos diante de clássicos do cinema, quando na verdade estamos diante de “deja-vu”s do cinema hollywoodiano com o mero objetivo de arrecadação com a bilheteria e divertimento vazio

[ Cinema ] Mamma Mia!


Musicais: ame-os ou odei-os. Verdade ou mentira? Mamma Mia diz que é mentira.

O ritmo, a empolgação e energia dos musicais é algo indescritível, ou ele está lá ou não está. Em Mamma Mia definitivamente está. Mas isso é algo bom ou ruim?

Toda empolgação tem seu fim, não é mesmo? Em Mamma Mia o que termina é a nossa empolgação, depois de infinitas cenas de imensa animação. O filme peca justamente nisso, no excesso. Uma fotografia extremamente marcante, mas que cansa depois de um certo tempo; cenas de pura animação, algumas bonitas até, mas definitivamente exageradas; e um roteiro confuso.

No final do filme ainda estamos tentando assimilar metade das informações que vimos nos primeiros 30 minutos. Ainda assim, fica aquela jovialidade e aquela vontade de sair dançando e cantando pela rua, que todo (ou quase todo) musical proporciona.

Acho que é esse o papel, correto? Mais leveza, não importa o tema. Nem que seja na saída da sala de cinema.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Que os casais salvem a magia do cinema


Durante toda a minha vida sempre considerei ir ao cinema como algo extremamente romântico, talvez por influência da própria indústria cinematográfica.

Aquela cena clássica do casal em seu primeiro encontro, dentro da sala de cinema. O nervosismo, o suor das mãos, as conversas de falas curtas antes da luz se apagar. O filme pode ser ruim, a sala pode estar cheia, mas nada estraga aquele momento.

Ontem me senti transportado para essa atmosfera seiscentista, mesmo tendo ido assistir 'Zohan-O Agente bom de corte e ruim de roteiro'.

Que me desculpem os fãs de Adam Sandler, mas ele deixou de ser engraçado a um certo tempo. Filmes como 'Click' e 'Como se fosse a primeira vez', que chamaram até mesmo a minha atenção, têm roteiros minimamente interessantes e edições inteligentes. Não vão mudar a minha vida, mas servem de distração.

O problema com o filme Zohan é justamente esse: a falta de um roteiro consistente. O filme nada mais é do que uma sucessão de cenas de ação e comédia sem um 'de onde veio' e muito menos um 'pra onde vai'. A sensação é de que o filme tem como único propósito a diversão e a satisfação imediata.

De qualquer forma, o clima romântico-retrô não se perdeu, como se aqueles olhos e aquele doce beijo me transportassem a cada segundo para fora da história do filme e para dentro de uma história completamente diferente e nova. Fui pessoa, e agora sou personagem.

Toda essa atmosfera transformou a ida ao cinema subjetiva. Subjetivamente ideal.

Que todas as idas ao cinema sejam subjetivas, para que a magia do cinema não se acabe por conta dos filmes ruins e para que a esperança de coisas boas e novas não se acabe por aqui.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Juízo


Foi sem saber nada sobre o documentário Juízo que eu fui ontem ao cinema. Depois de 90 minutos percebi que arriscar às vezes é bom.


O filme, que fala sobre jovens infratores, deve ter pouca relevância para os moradores do bairro onde o cinema fica localizado, mas teve bastante relavância pra mim, que sou mais próximo da realidade do filme.


Mais próximo porque pude reconhecer muitos lugares mencionados no documentário, passando inclusive, por um deles na longa volta pra casa. Essa proximidade com a realidade às vezes pode nos fazer mal, mas quando vem dessa forma, como um documentário, só serve para abrirmos mais os olhos.


Passar por um local que foi mencionado num documentário não me torna um entendido no assunto, nem me torna menos culpado pelo problema social do nosso país. A verdade é que a realidade mostrada no filme pouco faz parte da minha vida. Isso porque com o tempo nos acostumamos a ver esse tipo de notícia em telejornais. Então elas acabam passando "desapercebidas", como apenas mais um caso.


A notícia que antes era indigesta e hoje nem reparamos, mostra a cara novamente nesse documentário. Para que novamente se torne indigesta, pelo menos para algumas poucas pessoas. Talvez assim, crianças e adolescentes não sejam reduzidas a tristes estatísticas, como no final do filme.



[ Michel Costa ]

terça-feira, 1 de abril de 2008

Quase um Segredo


Sabe aquela história de que os melhores filmes sempre passam tarde da noite na tv? É verdade.


Dia desses estava "internetando" quando começou um filme na tv. O início, com imagens desfocadas me chamou atenção, então continuei vendo. Quando vi o sobrenome Culkin, em um dos nomes, me interessei mais ainda. Impressionante como o filme me prendeu a atenção. Com uma sucessão de fatos simples e interligados, que já denunciavam um final, mas em nenhum momento o filme foi previsível.


Tem filmes que nós vemos e sabemos o final de cara, o que torna o filme chato. Mas tem filmes que sabemos o que vai acontecer, mas como não sabemos quando ficamos na espectativa. O filme Quase um Segredo me provocou isso. Pode ter sido o sono, mas me senti parte da narrativa, como se eu também estivesse naquele barco com eles e me perguntando o que deveria ser feito, ou o que iria acontecer.


De um modo geral o filme fala sobre diferenças e como convivemos, ou não, com elas. Eu terminei de ver o filme pensando nisso. Como deixamos passar muita coisa que está a nossa volta. Como não prestamos atenção nas pessoas e julgamos sem conhecer. O que parece claro e simples de entender quando olhamos, na verdade esconde muitas facetas que não conhecemos.


Um filme humano, que fala sobre a complexidade do homem e que nos faz pensar nas pessoas à nossa volta.



[ Michel Costa ]

domingo, 30 de março de 2008

Jumper


Ir ao cinema hoje em dia é cada vez mais arriscado. Não, não falo da violência das ruas do Rio de Janeiro (pelo menos não nesse post), falo da quantidade de filmes ruins que estão circulando por aí.

Na sexta fui ao cinema assitir o filme Jumper. Não sabia muita coisa a respeito, tinha visto apenas o trailer, que me pareceu "interessante". Bem... o filme é interessante, para quem gosta de filmes no estilo "sessão da tarde".

Eu também gosto, mas para ver em casa, não para ver numa telona de cinema. Que fimes assim nem passem pelo cinema, mas que caiam direto na sessão "aventura" da locadora.

O início do filme é até interessante: descoberta do poder, o que fazer com ele. Mas, já vimos essa história antes, né? Se ao menos as atuações fossem boas, mas nem isso.

Algumas cenas são engraçadas, algumas músicas bem "colocadas", efeitos bacaninhas, mas isso tudo para disfarçar um roteiro pouco criativo, com referências de outros vários filmes que falam sobre mutações e que pouco vão interferir na nossa vida.

Pelo menos o retrato do "herói" é atual: com milhões de defeitos (incluindo roubar bancos e carros) e não morando num rancho, com uma casa perfeita, pais perfeitos e um cão.

Fica a vontade de ouvir algumas faixas da trilha sonora, de ver aos filmes dos trailers e de ler o livro. E também de esperar o filme passar na tv. Quem sabe vendo em casa eu goste mais.
[ Michel Costa ]

segunda-feira, 17 de março de 2008

Jude

Ontem eu estava vendo um antiga entrevista de um programa de tv e uma das perguntas me chamou a atenção. A apresentadora perguntou ao entrevistado o porque de ele gostar de rock "pesado". Ele respondeu dizendo que a vida era intensa, forte, às vezes violenta, e por isso o rock tinha que ser assim, pois somente dessa forma a música chegaria nas pessoas.


Essa semana eu tenho que discordar disso. O cantor que ocupou o topo da minha lista do Last Fm está longe do que consideram rock "pesado", mas conseguiu sim me emocionar. O cantor Jude poucas pessoas conhecem, mas quando eu escutei o cd "Sarah", eu parecia estar o ouvindo o melhor de muitos cantores e bandas que já conhecia. De uma forma original, é claro.



Com uma voz suave, mas marcante, ele me fez lembrar cantores como Jeff Buckley; e com melodias simples, grande parte com ar experimental, me fez lembrar algumas músicas do Belle and Sebastian e do Ryan Adams. Impossível eu não gostar.


Os cds do Jude me emocionaram justamente por essas características, que tornam a sua música muitas vezes triste, mas sempre com um toque esperançoso, seja na interpretação dele ou nas melodias.



A música sempre vai ter múltiplas facetas, atingindo diferentes públicos. No clima "frio" e de chuva da semana passada o melhor que eu ouvi foi Jude, que me presenteou com um pouco de sua esperança de que dias melhores virão, ou pelo menos dias sem chuva.




[ Michel Costa ]





quinta-feira, 6 de março de 2008

O Caçador de Pipas



um certo tempo começou um falatório sobre o livro O Caçador de Pipas. Na época eu não dei muita bola, mas o falatório começou a ficar intenso. Depois de um tempo o livro estava na lista dos mais vendidos, o que me deixou com um pé atrás. Nada contra livros que são sucesso de vendas, mas geralmente eles não me agradam, ou perdem o "encanto" por todo mundo já ter lido. Coisa de pseudo-cult-revoltado, eu sei. Mas não consigo evitar. A mudança foi quando lançaram o filme. Até então eu não tinha lido nenhuma resenha do livro, mas acabei lendo uma resenha do filme, que me interessou. É claro que não ia cometer o erro de ver o filme primeiro, então fui em busca do livro.



Toda essa introdução para dizer que comecei a ler o livro por acaso, por mera curiosidade (e não é sempre assim!?), mas que depois de um tempo me senti aprisionado, no melhor dos sentidos, àquela narrativa.



O "engraçado" de estar escrevendo sobre O Caçador de Pipas é não saber que palavras usar pra definir um livro que eu tanto gostei. Engraçado porque ele tem umas passagens incríveis.



Eu sempre gostei de ficções fantasiosas da literatura, porque me permitia conhecer um mundo completamente diferente do meu. Mas o que eu mais gostava nesses livros, e em todos os outros, eram os sentimentos, as emoções, os dramas, medos, aflições. Eu gostava de "fazer parte" daquele mundo completamente diferente do meu, mas o que eu mais gostava era o que ele tinha de igual ao meu mundo, os sentimentos. O Caçador de Pipas retrata uma realidade completamente diferente da minha, uma vida inteira, ou grande parte, distante da minha realidade. Mas a base disso tudo, a base dessa vida é a mesma.



Em cada página parecia haver uma nova dúvida, um novo questionamento, e uma nova descoberta, como a nossa vida sempre é. A forma como o personagem analisa a sua vida é uma forma sincera e sem pretenções. Em grande parte ele se encontra em sua infância, o que garante um incrível frescor, como se ele realmente estivesse ali, empinando aquela pipa e a gente pudesse ouvir seus pensamentos.



Eu não gosto de ver os filmes baseados em um livro antes justamente por isso; porque a imaginação não fica por nossa conta. A forma como imaginamos os personagens e ambientes é única. Lendo o Caçador de Pipas eu tive momentos de total interação com a história, como se aqueles fatos tão alheios a minha vida tivessem influência direta.



Agora o que me falta é ver o filme. Tudo bem que não vai ser a mesma coisa. Mas aquele sopro de paz e aquele sentimento de esperança ao terminar de ler o livro não vai mudar.




[ Michel Costa ]

segunda-feira, 3 de março de 2008

Juno




O meu primeiro contato com o filme Juno foi através de uma matéria numa famosa revista brasileira. Na verdade não era uma matéria, estava mais para uma nota de rodapé do que qualquer outra coisa. A "notinha" falava pouco a respeito do filme, mas tecia grandes elogios à trilha sonora do mesmo. Quando li que Cat Power fazia parte da trilha sonora, me antecipei em procurar ouvir as músicas do filme. Uma boa trilha, eu pensei quando ouvi. Mas sem ver o filme não era a mesma coisa.


Na última semana eu assisti ao filme. Talvez eu estivesse cheio de espectativas com relação a ele pelas atrizes presentes (Ellen Page, Jennifer Garner), ou pela trilha que já encabeçava minhas listas de execução no Last Fm, ou até mesmo pela temática jovial que o filme parecia ter; mas algo me faltou no filme.




Sabe quando a gente tem aquela sensação de que já viu essa história em algum lugar? Tudo bem que ganhou Oscar de melhor roteiro. O filme tem momentos lindos, personagens interessantes, falas inteligentes e engraçadas. Mas ainda assim não era o que eu esperava. Eu provavelmente não devo mais ouvir a trilha de um filme antes de assisti-lo, ou então deve assitir a menos filmes dramáticos, porque eu acho que era isso que eu esperava.
Como eu disse o filme tem momentos lindos, como a abertura, muito bem feita por sinal. Sentado ali, vendo a animação daquele início de filme eu tinha a certeza de que seria o filme que eu estava esperando.


De certa forma foi o filme que eu esperava, mas não com a intensidade que eu estava no momento de repente.


O filme se define bem em uma palavra: Juventude. Sim, o filme continua sendo sobre uma menina que engravida com 16 anos. Mas não digo que é um filme jovial por isso. É um filme jovial pelos seus elementos. As cores do filme, os diálogos, a estética pop da abertura e "capítulos", a trilha.


Assim como a juventude deveria ser, o filme Juno é despreocupado. Despreocupado em ser uma super produção. Despreocupado em parecer inteligente. Despreocupado de causar um grande impacto.


Talvez esse subtexto tenha sido a preocupação: fazer um filme com um tema sério se tornar leve. Que o tema fique esquecido, mas que o "ar" jovial não fique.









Obs.: Tudo bem que eu não sou nenhum especialista em cinema para criticar o filme alheio, mas não posso deixar passar minha opinião.

[ Michel Costa ]