terça-feira, 8 de abril de 2008

Juízo


Foi sem saber nada sobre o documentário Juízo que eu fui ontem ao cinema. Depois de 90 minutos percebi que arriscar às vezes é bom.


O filme, que fala sobre jovens infratores, deve ter pouca relevância para os moradores do bairro onde o cinema fica localizado, mas teve bastante relavância pra mim, que sou mais próximo da realidade do filme.


Mais próximo porque pude reconhecer muitos lugares mencionados no documentário, passando inclusive, por um deles na longa volta pra casa. Essa proximidade com a realidade às vezes pode nos fazer mal, mas quando vem dessa forma, como um documentário, só serve para abrirmos mais os olhos.


Passar por um local que foi mencionado num documentário não me torna um entendido no assunto, nem me torna menos culpado pelo problema social do nosso país. A verdade é que a realidade mostrada no filme pouco faz parte da minha vida. Isso porque com o tempo nos acostumamos a ver esse tipo de notícia em telejornais. Então elas acabam passando "desapercebidas", como apenas mais um caso.


A notícia que antes era indigesta e hoje nem reparamos, mostra a cara novamente nesse documentário. Para que novamente se torne indigesta, pelo menos para algumas poucas pessoas. Talvez assim, crianças e adolescentes não sejam reduzidas a tristes estatísticas, como no final do filme.



[ Michel Costa ]

terça-feira, 1 de abril de 2008

Quase um Segredo


Sabe aquela história de que os melhores filmes sempre passam tarde da noite na tv? É verdade.


Dia desses estava "internetando" quando começou um filme na tv. O início, com imagens desfocadas me chamou atenção, então continuei vendo. Quando vi o sobrenome Culkin, em um dos nomes, me interessei mais ainda. Impressionante como o filme me prendeu a atenção. Com uma sucessão de fatos simples e interligados, que já denunciavam um final, mas em nenhum momento o filme foi previsível.


Tem filmes que nós vemos e sabemos o final de cara, o que torna o filme chato. Mas tem filmes que sabemos o que vai acontecer, mas como não sabemos quando ficamos na espectativa. O filme Quase um Segredo me provocou isso. Pode ter sido o sono, mas me senti parte da narrativa, como se eu também estivesse naquele barco com eles e me perguntando o que deveria ser feito, ou o que iria acontecer.


De um modo geral o filme fala sobre diferenças e como convivemos, ou não, com elas. Eu terminei de ver o filme pensando nisso. Como deixamos passar muita coisa que está a nossa volta. Como não prestamos atenção nas pessoas e julgamos sem conhecer. O que parece claro e simples de entender quando olhamos, na verdade esconde muitas facetas que não conhecemos.


Um filme humano, que fala sobre a complexidade do homem e que nos faz pensar nas pessoas à nossa volta.



[ Michel Costa ]